Autor(a): Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Ano: 2016
Páginas: 496
ISBN: 9788565765947
Sinopse: “Se sou uma espada, sou uma espada de vidro, e já me sinto prestes a estilhaçar.”O sangue de Mare Barrow é vermelho, da mesma cor da população comum, mas sua habilidade de controlar a eletricidade a torna tão poderosa quanto os membros da elite de sangue prateado. Depois que essa revelação foi feita em rede nacional, Mare se transformou numa arma perigosa que a corte real quer esconder e controlar.Quando finalmente consegue escapar do palácio e do príncipe Maven, Mare descobre algo surpreendente: ela não era a única vermelha com poderes. Agora, enquanto foge do vingativo Maven, a garota elétrica tenta encontrar e recrutar outros sangue novos como ela, para formar um exército contra a nobreza opressora. Essa é uma jornada perigosa, e Mare precisará tomar cuidado para não se tornar exatamente o tipo de monstro que ela está tentando deter.
O livro "Espada De Vidro" da autora Victoria Aveyard começa exatamente onde "A Rainha Vermelha" termina. Achei isso incrível pois, levando em consideração o final de "A Rainha Vermelha", que me deixou completamente curiosa para saber o que iria acontecer em seguida, fiquei com um pouco de medo de a sequência "Espada De Vidro" começar de um jeito completamente diferente do final do livro anterior.
Em "Espada De Vidro", Mare Barrow é quase que uma menina completamente diferente daquela que vivia em Palafitas. Tudo que ela passou desde que descobriu seus poderes e foi obrigada a se passar por uma prateada a fez ver o mundo de uma forma diferente e desconfiar de todos a sua volta. "Todo mundo pode trair todo mundo".
Mare também reconhece a responsabilidade que tem agora e sente o peso em seus ombros cada dia que passa. Ela precisa encontrar o máximo de sangues novos que conseguir antes que o rei Maven os encontre primeiro. É uma missão cansativa e perigosa, que esgota todos e os deixa a flor da pele.
Enquanto recrutam sangue novos, cada um com um poder mais extraordinário que o outro, a Guarda Escarlate vai crescendo e todos sabem que a rebelião nunca mais será a mesma, assim como Mare.
Usando das técnicas que aprendeu nas aulas que teve no palácio quando se passava por Lady Mareena, Mare começa a usar cada vez mais sua voz de líder, se moldando e usando a máscara que lhe cabe para cada situação.
"A garota que vejo é, ao mesmo tempo, familiar e estranha - Mare, Mareena, garota elétrica, rainha vermelha -, e ninguém ao mesmo tempo. Ela não parece ter medo. Parece feita de pedra, com traços sombrios... Não tem dezessete anos, não tem idade nenhuma. Não é prateada. Não é vermelha. Não é humana. Um símbolo da Guarda Escarlate, um rosto num cartaz de procurados, a perdição de um príncipe, uma ladra... uma assassina. Uma boneca que assume qualquer forma, menos a própria."
Mas lá no fundo, escondido em algum lugar, Mare ainda tem alguns resquícios dela mesma. Ainda sente medo. Se apega a Cal, Shade e Kilorn e é incapaz de deixá-los partir. Precisa deles para resgatar os sangues novos, mesmo que algumas de suas atitudes o afastem.
Mare está em uma jornada cada vez mais obscura, com mais sangue em suas mãos do que poderia imaginar um dia. Precisa tomar decisões de uma líder, precisa pensar no melhor para todos e não somente em seus amigos. Precisa tomar cuidado para não se tornar aquilo que ela mais odeia.
Treinando e resgatando sangue novos enquanto fogem de Maven o clima fica cada vez mais tenso e a aproximação de uma nova invasão da Guarda Escarlate intensifica a sensação.
Mare, Cal, Farley e todos sabem o que essa invasão pode lhes custar. Muitos podem morrer, eles podem falhar, muitos sangues novos ainda não treinaram o suficiente e todos tem um papel importante na missão. Mesmo assim eles precisam arriscar e salvar os sangues novos presos por Maven antes que eles virem marionete da rainha.
O medo de todos é claro, mesmo em Cal, o príncipe caído que nasceu e cresceu para ser um soltado, mas Mare não pode deixar seu medo transparecer, precisa encorajar os sangues novos e sabe que se Cal não conseguir matar quem precisa quando o momento chegar ela fará isso.
"Se sou uma espada, sou uma espada de vidro, e já me sinto prestes a estilhaçar."
Com uma narrativa de tirar o fôlego, bem no estilo que já notei ser típico da autora Victoria Aveyard, a Guarda Escarlate segue sua missão para salvar sangues novos, vermelhos e prateados, mostrar a todos quem o rei realmente é e construir um novo mundo.
O livro termina com algumas vitórias e grandes perdas mas, acima de tudo, de uma forma inacreditável. "Espada De Vidro" termina sem um final, termina no meio de um acontecimento que me choca, deixando um grande e ansioso "E agora?" pairando no ar. Eu mesma conferi várias vezes se não haviam páginas faltando no livro, para não dizer que fiquei abismada com o final.
Claramente essa técnica também faz parte do estilo de escrita da autora, deixar os leitores com o coração na mão e ansioso pela continuação. Acreditem, funciona.
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