Editora: Intríseca
Ano: 2013
Confesso que, desde que o livro “Como Eu Era Antes De Você” foi lançado
três anos atrás, eu demorei a realmente decidir que leria ele. Não por falta de
elogios da parte de alguns leitores, eu apenas achava que ele era um romance
cheios de clichês como vários que a gente vê pelas prateleiras das livrarias e
que ele poderia esperar e ficar atrás de alguns livros aparentemente mais
interessantes.
Eu nem julguei pela capa, julguei pelo titulo. Que engano o meu, porque,
só para começar, essa não é uma história nada clichê.
O livro conta a história de Louisa, uma mulher de vinte e seis anos, que
mora com os pais, irmã, sobrinho e avô em uma pequena cidade na Inglaterra.
Há seis anos Lou trabalha em um café e realmente ama o que faz, ama o
ambiente, o cheiro, as pessoas, as conversas. Tudo que envolvia o seu trabalho
a fazia feliz, o que era bom já que grande parte da ajuda financeira em casa
vinha dela.
Lou tem um namorado chamado Patrick que trabalha como personal trainer e que, ultimamente, andava bem diferente de quando eles se conheceram seis anos atrás.
Andava inclusive sem tempo para Louisa em meio a exercícios, corridas e treinos
para se preparar para o Norseman Xtreme.
A vida de Louisa seguia esse curso natural no que parecia mais um dia de
trabalho no café quando Frank, seu chefe, lhe deu a notícia de que precisaria
fechar o café e voltar para a cidade onde morava.
Loiusa ficou arrasada, não só porque precisava do dinheiro, mas porque
amava aquele trabalho. Ela não conseguia se imaginar fazendo outra coisa.
Além de não ter qualificações suficiente para um bom novo emprego Louisa
não parecia satisfeita com nenhuma oportunidade que aparecia. Nada parecia
aceitável depois do seu querido café.
Mas Louisa já estava ficando sem opções e
precisava mesmo trabalhar já que seu pai provavelmente seria demitido em breve.
É então que de última hora aparece uma oferta de emprego como cuidadora
assistente e não muito animada Louisa aceita a oferta já que, aparentemente, ela
não envolvia limpar o traseiro de ninguém.
No dia seguinte Louisa estava nervosa já que nunca havia feito uma
entrevista de emprego oficial antes. Seguiu para a Granta House, endereço do emprego.
Ela já havia passado por aquela casa milhares de vezes e só agora a havia
notado.
Foi atendida por uma mulher de meia-idade que a explicou que o emprego
consistia em ser cuidadora de seu filho Will, que havia sofrido um acidente há
alguns anos e ficado tetraplégico.
A entrevista seguiu de um jeito estanho. Louisa
não tinha qualificações, experiência e, aparentemente, nada que pudesse
impressionar e Sra. Traynor que, por sua vez, era uma pessoa seria e nada
amigável.
Ainda assim, surpreendentemente, Lou consegue o emprego e no dia
seguinte a entrevista já começaria com suas tarefas.
Foi então que conheceu Will Traynor. Ele estava no meio da sala do
anexo, sendo arrumado na cadeira pelo seu enfermeiro, então ele soltou um
gemido, sua boca se retorceu e soltou outro grito horrível. Era isso que Will
fazia, como um teste insuportável para ver até quando a nova cuidadora
suportaria aquilo.
E foi realmente insuportável para Louisa cada segundo das primeiras
semanas do seu novo trabalho. Will tinha o pior humor do mundo e tudo que
Lou tentava fazer para ajuda-lo ou para fazê-lo se sentir melhor ele tinha uma
resposta que a fazia se sentir uma completa idiota.
Lou pensou em desistir do trabalho várias vezes, não podia suportar
ficar dentro daquela casa, o dia inteiro, todos os dias com Will. Ele era
terrível e parecia a detestar. Mas Treena, irmã de Lou, fazia o papel de
lembrar que a família precisava que ela ficasse naquele emprego, principalmente
porque o salário era ótimo, ela não conseguiria nada melhor que isso.
Até que o que era insuportável começou a ficar suportável. Will parecia conversar
mais e até mesmo rir com Lou, ou melhor, rir de Lou. Ela não se importava em
ser motivo de piada com quanto que a clima não voltasse a ser insuportável.
Mas um dia, enquanto Louisa cortava o cabelo de Will, a irmã dele entrou
furiosa na sala. Depois de toda a discussão Lou pode ouvir uma conversa entre a
Sra. Traynor e sua filha. Ela contava que Will havia tentado se suicidar (o que
não era novidade para Louisa devido aos cortes que Will tinha no pulso, mas
ainda assim ela sentiu como se tivesse levado um soco no estômago) e disse
também que Will tinha pedido para ser internado na Dignitas (uma clínica de suicídio
assistido na Suíça) e havia lhes dado um prazo de apenas seis meses.
Louisa se recusava a participar daquilo, agora que ela sabia disso tudo
era diferente. Ela não podia mais trabalhar ali, então escreveu uma carta de demissão e foi embora no fim de seu turno.
É claro que a Sra. Traynor pediu para Louisa voltar. O fato dela ter
sido contratada apesar de não ter nenhuma experiência era porque ela era
animada, gostava de falar. Ela era a esperança que eles tinham de que Will se
animasse e desistisse da ideia da clínica. Ele parecia mesmo mais animado nas
últimas semanas. Lou havia mudado Will de uma forma que ninguém conseguira, e para ser honesta, Will também havia mudado Lou em vários aspectos.
Relutante Lou aceita voltar ao trabalho e volta com planos para animar Will. Faz
várias pesquisas de viagens, esportes e programas para tetraplégicos. Compra um
calendário e faz todos os planos e anotações.
No começo foi difícil tirar Will de casa, mas depois de convencido, e
como ele realmente gostava de Lou, eles conseguiram até mesmo fazer uma viagem
para uma ilha.
Lou estava animada, quase com total certeza de que Will desistiria da
Suíça e, depois de ter terminado com Patrick e não ter se lamentado muito por
isso, percebeu que estava feliz em escutar seus sentimentos e arriscar um futuro com Will. O que ela não
sabia é que todo seu esforço e seu amor talvez não fossem o suficiente para
mudar a ideia de um homem decidido.