Charles Bukowski, maior poeta da América: Velho safado e beberrão

   Olá pessoal! Hoje eu queria falar um pouco com vocês sobre Charles Bukowski, um poeta incrível. O texto grande sobre ele vale a pena ler, e também vale muito a pena pesquisar sobre seus livros e poemas, eu particularmente gosto bastante.

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   Poeta alemão, Bukowski quando criança, foi atormentado por um pai extremamente autoritário e frustrado, que descontava os seus problemas o espancando pelos motivos mais fúteis. Na adolescência, este problema se somou com o fato de ter o rosto e toda a parte superior do corpo literalmente tomada por inflamações que o obrigaram a submeter-se a tratamentos médicos no hospital público de sua cidade. Na escola, a situação também não é das melhores, tendo poucos amigos e sendo sempre o penúltimo a ser escolhido para o time de beisebol.
   A falta de carinho familiar e a humilhação de ter um rosto deformado o abrigava a fugir. Abandonou a escola para só voltar um ano depois. Neste meio tempo descobriu duas coisas que o ajudaram a tornar a sua vida suportável: o álcool e os livros.
   Bukowski começou a escrever poesias aos 15 anos mas seu primeiro livro foi publicado 20 anos depois em 1955. Em 1962 estreou na prosa caracterizada pela descrição de sua vida pessoal.    Escreveu, entre outros livros, "Mulheres", "Hollywood" e "Cartas na Rua".
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   Assim a vida de Buk passou a ser essa: beber em excesso e escrer alucinadamente.
   A editora da revista Harlequin, Barbara Frye, no entanto, estava convencida de que Bukowski era um gênio. Começaram a se corresponder e, em determinado momento, Frye declarou que nenhum homem nunca se casaria com ela. Bukowski respondeu simplesmente: "Eu me casarei". Casaram-se logo depois de se conhecerem pessoalmente. Mas tão rápido quanto se conheceram, separaram-se.
   Até este momento, Charles Bukowski era apenas um poeta iniciante - apesar de ter quase quarenta anos. Mas foi a partir de sua separação que começou a surgir a imagem de Bukowski que o tornaria famoso, seu alterego Henry Chinaski. Jim Christy, autor do livro The Buk Book, disse em uma vez que "ele havia sido um vagabundo, um imprestável, um proletário, um bêbado; bem, que fosse. Claro, outros trabalharam o mesmo território, mas o que diferenciava Bukowski do resto deles - os Knut Hamsun, Jack London, Maxim Gorky e Jim Tully - era que Bukowski era engraçado."     Trabalhando esta imagem, Bukowski conseguiu criar um mito ao seu redor.
   Repulsa, nojo, ódio, amor, paixão e melancolia. Esses são alguns dos sentimentos que mais inspiraram Charles Bukowski, que passou a vida nos becos dos Estados Unidos, na composição de toda sua obra. Cada poesia, cada romance e cada conto do escritor traz um pouco da vida do "Velho Safado", como ficou conhecido no mundo inteiro.
   Funcionário dos Correios até os 49 anos, Bukowski sonhou a vida inteira em ser reconhecido pelo seu trabalho como escritor. Dono de um talento nato, o poeta usava a simplicidade e a singularidade dos fatos mais rotineiros e transformava o cotidiano em obra de arte. Inconformado e, sempre, com uma garrafa na mão, ele sentava em sua antiga máquina de escrever e, com uma sutileza surpreendente, deixava fluir seus pensamentos sem censura alguma.
   Bukowski vivia em um mundo atormentado e distorcido, totalmente fora dos padrões impostos pela sociedade de sua época. O escritor nunca fez questão de esconder que seus trabalhos eram, quase sempre, autobiográficos. E sua falta de discrição era tão grande, que durante toda vida teve de lidar com a quebra de laços de amizade. Ele citava, sem qualquer preocupação, nomes e, quando muito inspirado, fazia duras críticas às pessoas que o cercavam. Algumas vezes os personagens "nada fictícios" ficavam sabendo das peripécias do poeta bêbado após a publicação dos textos.
   Sua obra surtiu tanto efeito que alguns de seus contos e romances acabaram sendo adaptados para o cinema por alguns diretores. Inclusive, o próprio Bukowski recebeu diversos convites para escrever argumentos, apesar de assumir que nunca gostou muito de filmes.
   Uma de suas principais atividades durante anos foi a leitura de suas poesias em universidades e eventos culturais. Sua leitura debochada às vezes provocava escândalos e brigas com a plateia, algumas delas registradas em áudio. Já nos anos 1980, Bukowski desfrutou de certa fama, convivendo com artistas e tornando-se uma celebridade.
charles bukowski, bukowski, buk, poeta, poema, velho safado e beberrãoEle morreu de leucemia aos 73 anos, em 9 de Março de 1994, e em seu túmulo se lê "Don't Try", "Não Tente" em português.
Com o tempo, apareceram herdeiros seus na literatura, principalmente na questão do estilo violento e despudorado de sua linguagem. Mas poucos são aqueles que como ele, vivenciaram e permaneceram com naturalidade na sarjeta, fazendo dela, sua fonte de inspiração. De todo aquele inferno imundo e fedido, Bukowski fez o seu paraíso.

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Pássaro Azul
Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
Queres foder-me o
meu trabalho?
Queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
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Há um pássaro azul no meu coração                                  
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
Digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?


Fonte: Wikipedia
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