{Resenha} A Última Carta de Amor - Jojo Moyes

Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Ano: 2016
Páginas: 384
ISBN: 9788580579574
Onde comprar: Saraiva Submarino Cultura
Sinopse: Londres, 1960. Ao acordar em um hospital após um acidente de carro, Jennifer Stirling não consegue se lembrar de nada. De volta a casa com o marido, ela tenta, em vão, recuperar a memória de sua antiga vida. Por mais que todos à sua volta pareçam atenciosos e amáveis, Jennifer sente que alguma coisa está faltando. É então que ela descobre uma série de cartas de amor escondidas, endereçadas a ela e assinadas apenas por "B", e percebe que não só estava vivendo um romance fora do casamento, como também parecia disposta a arriscar tudo para ficar com seu amante.Quatro décadas depois, a jornalista Ellie Haworth encontra uma dessas cartas endereçadas a Jennifer durante uma pesquisa nos arquivos do jornal em que trabalha. Obcecada pela ideia de reunir os protagonistas desse amor proibido em parte por estar ela mesma envolvida com um homem casado, Ellie começa a procurar por "B", e nem desconfia que, ao fazer isso, talvez encontre uma solução para os problemas do próprio relacionamento.Com personagens realisticamente complexos e uma trama bem-elaborada, "A Última Carta de Amor" entrelaça as histórias de paixão, adultério e perda de Ellie e Jennifer. Um livro comovente e irremediavelmente romântico.


O livro "A Última Carta de Amor" da autora Jojo Moyes narra duas histórias que ocorrem em épocas diferentes, uma na década de 60 e outra nos dias atuais, porém em um certo ponto do livro as duas histórias se cruzam de um forma inesperável, bem no estilo Moyes de surpreender.

Apesar do livro intercalar entre as duas histórias o foco maior é na história de Jennifer Stirling, uma mulher que acorda no hospital completamente confusa e sem se lembrar de absolutamente nada sobre sua vida. Jennifer não se lembra que é casada, como era sua vida e nem de como ela mesma costumava ser.

Ainda no hospital Jennifer tenta juntar algumas peças, fazer algumas perguntas sobre o ocorrido, descobrir ao menos como foi parar no hospital, mas todos preferem não tocar no assunto, tudo que se sabe é que ela havia sofrido um acidente de carro e que não precisava se preocupar pois tudo iria voltar a ser como era antes. Sendo assim Jennifer decide fazer o que todos parecem querer: fingir que está tudo bem e que ela se lembra de tudo.

Após receber alta do hospital Jennifer ainda procura por algumas respostas em sua casa. Ela precisa saber como era sua vida antes do acidente, mas parece cada vez mais difícil encaixar as peças. Jennifer simplesmente não reconhece sua casa, sua vida, suas amigas, nada ao seu redor. Seu marido parece completamente distante, tentando apenas fazê-la se sentir confortável em casa, mas o pior de tudo era a sensação massacrante que Jennifer tinha de que estava faltando alguma coisa importante em sua vida atual.

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É mexendo em suas próprias coisas, tentando conhecer a si mesma, que Jennifer acaba encontrando uma carta de amor assinada apenas por "B". Jennifer não se lembra o que aquela carta significava mas ela tinha certeza de duas coisas: ela tinha um amante e parecia disposta a arriscar tudo por ele.

Nossa segunda protagonista do livro é a Ellie Hawort, uma mulher super independente e dedicada a seu trabalho, uma típica mulher que parece conseguir tudo o que deseja mas, ao contrário do que parece, tem andando no momento mais frustante de sua vida, tanto na sua vida pessoal quanto na profissional.

Ellie já está na casa de seus trinta anos e começa a se questionar quando poderá ter realmente alguém ao seu lado, enquanto, em contrapartida, ela alimenta a esperança de que John, um homem casado com quem ela tem um caso já há um ano, vá se separar de sua esposa e assumi-la de vez, mas a verdade nua e crua é que John só a procura quando deseja e não parece nem um pouco tencionado a deixar sua mulher e filhos.
Por outro lado, em seu ambiente de trabalho, Ellie está indo de mal a pior, embora antes fosse uma das jornalistas mais produtivas, o que tem deixado sua editora chefe cada vez mais incomodada.

É então que Ellie recebe a tarefa de ir ao arquivo do jornal buscar algumas matérias antigas para trabalhar em uma matéria especial. Sem o menor ânimo para passar horas no local mais escuro e sujo do jornal enquanto meche em várias caixas com papéis velhos Ellie acaba encontrando uma carta de amor.
No exato momento em que lê a carta Ellie sente não apenas curiosidade sobre como aquela história terminou, mas também empatia, pois ela se encontrava na mesma situação que os protagonistas daquela carta: um caso extraconjugal.

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É aí que a história de nossas duas protagonistas começa a se entrelaçar, pois essa carta, sim, é aquela enviada por B. há quarenta anos atrás para sua amada Jennifer Stirling.

"Estarei na plataforma 4, às 19h15, sexta-feira à noite, e nada no mundo me faria tão feliz do que você encontrar coragem para vir comigo. Saiba que você tem meu coração, minhas esperanças, em suas mãos. - Seu, B."

Uma das partes que mais gostei no livro é o modo como o Jojo retrata a visão do papel da mulher na sociedade em ambas as épocas e o modo como elas lutam para conseguir o que desejam apesar disso, por exemplo, no caso da Jennifer, uma mulher que, apesar de todos os acontecimentos pelos quais ela passa com o decorrer da história, não tem o divórcio como uma opção, já que naquela época não era aceitável que uma mulher se separasse ou tivesse um caso extraconjugal, que já era mais comum entre os homens.
É esta questão que acaba virando o nó que precisa ser desfeito na história, quando Jennifer acaba descobrindo um pouco mais sobre B., seu acidente e sua vida passada.

O modo como as duas histórias se encontram e se resolvem é realmente incrível e surpreendente, daquele jeitinho que não canso de dizer, a Jojo Moyes domina.
Houve um certo momento, antes mesmo da metade do livro que acreditei já estar bem na lata tudo que iria acontecer dali em diante e que a leitura já estava praticamente com cara de final, mas foi aí que veio toda a reviravolta com aquele gostinho de sacudida no ombro, confesso também que no início do livro achei a leitura um pouco maçante, mas todos os detalhes se mostraram importantes com o decorrer da história.

"A Última Carta de Amor" é realmente um livro maravilhoso e todo mundo que tiver a oportunidade de lê-lo deveria mesmo, pois é um leitura super válida, que nos instiga e, claro, nos faz inevitavelmente torcer por uma bela história de amor.

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